Em Dois Tempos
I
Entro à força dentro do meu ser
E ninguém pode estar junto de mim,
Tanto faz eu querer ou não querer,
Amortecendo-me numa dor sem fim.
Numa pressão que não posso conter,
Aprisionada sou e, sendo assim,
Parece ser inútil crer
Que algum poder me possa ser afim.
Sem ninguém ver , minha alma se desmancha,
Sem que alguém ouça, eu grito de amargura
E o NADA me persegue e me alcança.
Nada sobra de Mim; é como um corte
De uma arma letal, que me tortura
E assina num floreio a minha morte
II
Mas tu me sondas e tu me conheces,
Meus pensamentos tu sabes de cor.
Palavras que eu direi, Tu reconheces,
E sabes a intenção, conteúdo e teor.
Não existe lugar que desconheces,
Quer seja noite escura ou seu alvor,
Se ao mais fundo abismo a alma desce,
Ou paira no infinito ao arrebol.
Ouves meu grito, entendes minha dor,
Guardas as minhas costas, vais a minha frente
E, sobre mim estendes Tua mão.
Maravilha SENHOR que me enche de temor
Quanto pior me vejo, Tu és mais clemente,
E mais completa é tua proteção
(Versos Diversos - Jane Corrêa da Costa)
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